AMANHÃ - 31 de Março - ESTAREI, FINALMENTE, AO LADO DO TROVADOR A OUVIR ESTA "NOSSA" CANÇÃO, BEM COMO MUITAS MAIS DO ÚLTIMO TRABALHO DO AMIGO E PARCEIRO DE VERSOS
- NO CASINO DA FIGUEIRA DA FOZ
APROVEITO PARA, DAQUI, AGRADECER AO CASINHO DA FIGUEIRA DA FOZ A SIMPATIA COM QUE ME "ATENDEU", QUANDO SOUBE QUE IREI ESTAR PRESENTE.
MOSTRO DE MIM Mostro de mim quase nada e nada já sou quem sou. Verto dos bolsos os versos que guardo dos meus delírios se me inventei ao luar nas noites mansas do estio. Guardo os sabores temperados em favos de mel e sal nas fendas no céu da boca quando à sede me rendi. Mostro de mim quase nada e nada já sou quem sou. Sei das cores das flores do campo, sei das dores das folhas no outono encharcadas de saudade quando se vão sem querer… Mostro as minhas mãos rasgadas nas pedras ásperas que abracei e guardo flores secas prensadas dos jardins que não reguei. Mostro de mim…
Para prefaciar a sua obra “A HISTÓRIA MARAVILHOSA DO PAÍS BIMBO” – Edição Calidum – 2005 - PEDRO BARROSO incumbiu o seu amigo e ilustre maestro António Vitorino de D´Almeida. Por erro na distribuição postal, o pedido foi recebido, na Vila de Almeida, por um homónimo do maestro, que cordialmente respondeu ao autor.
PREFÁCIO*
Ex.mo Senhor Doutor Agradeço comovidamente a honra que me dá, ao convidar-me para fazer o prefácio da sua obra que, não duvido, pela extensão e pela notável apresentação muito digna me parece. Fiquei muito agradado. Muito obrigado pela escolha. Verifiquei que os títulos dos capítulos eram todos em Latim, o que só prova que se trata de uma pessoa com muitos estudos e grandes capacidades. Infelizmente só lancei os olhos pelos referidos títulos e não li o livro, pois apercebi-me logo que tinha havido um pequeno engano, a que, de resto, já estou habituado devido ao meu nome. Com efeito, as pessoas ultimamente têm confundido a minha pessoa, ao que parece, com um senhor António Vitorino que era Comissário Europeu e até já me telefonaram a pedir para legalizar o jardineiro do Sr. Engenheiro, que é ucraniano ilegal, como se eu tivesse competência para isso. Sou, para seu mais completo esclarecimento, realmente António Vitorino, sim senhor, nado e criado em Almeida, mas não tenho nada que ver com esse senhor que até conheço da televisão, tal como também nada tenho que ver com o outro, o Maestro. Eu sou um pobre reformado da Guarda Fiscal, trabalhei muitos anos da fronteira de Vilar Formoso, nos saudosos tempos do contrabando e cheguei um dia a dar uma entrevista para o Diário de Notícias em 1962, não sei se leu, com fotografia e tudo, a qual ainda guardo comigo. Sempre que quiser a minha casa está às suas ordens e tenho todo o prazer em lhe mostrar Almeida, que é uma terra muito bonita, bem como a entrevista que recortei e tenho guardada na gaveta da cómoda, debaixo das peúgas. A minha idade e falta de vista já não me permite também estar presente no lançamento do livro do senhor Doutor, pelo que terá de desculpar-me mas, claro, sempre são oitenta e sete anos, a pensão da caixa é pequenina e, enfim, terá bondade de compreender… O outro senhor Maestro também gosto muito de o ouvir falar, embora quanto a mim use o cabelo muito comprido e despenteado. Mas perece ser muito boa pessoa, muito sabedor e divertido. Sem mais assunto, agradeço o convite que infelizmente não posso satisfazer devido à bronquite e às cataratas – já tenho operação marcada para 5 de Novembro de 2017, se Deus quiser… - e por isso aceite os meus cumprimentos e admiração com votos de bom sucesso para o seu livro deste que se assina, com toda a admiração.
O meu 3º livro - 2003 (crónicas) - de onde reproduzo um excerto do prefácio:
"(...) nas crónicas do João Luís Dias (...) não sabemos o que mais admirar: se a perspicácia e a pertinência dos temas e problemáticas nelas apresentados, se a graciosidade e o humor requintados, expostos em muitas deles, ou o seu discurso burilado e inconfundível porque pisado e repisado no almofariz da estilística mais pura."
Hoje não trago rosas vermelhas só um corpo amorfo, um ventre abafado uma fera ensonada, um poema sem rima ou brilho. Hoje não trago flor alguma só um beijo insípido, um abraço brando um sorriso morno, um olhar descolorido uma voz sem timbre. Hoje nem uma folha carcomida me adorna só um pranto seco, um soluçar mudo um par de lágrimas em cristal gélido uma balada sem verso e sem calma uma noite inútil. Hoje, mesmo assim venho a ti porque acredito… Hoje só ocupo as mãos nas tuas só os teus lábios me elevam.
Em Terras de Bouro - Maio de 2001 - na entrega do prémio literário CALIDUM/PEDRO BARROSO. Na foto, com o homenageado Pedro Barroso, o jornalista Carlos Pinto Coelho, Manuel Antunes, Travessa de Matos, o "poeta da montanha", entre outros seus admiradores que agora, confesso, não consigo identificar.
(foto amavelmente cedida pela produtora Luisa Barragon)
ESTA CANÇÃO É TODINHA PARA A MINHA IRMÃ TERESINHA, PORQUE SEI QUE NO CÉU TEM MUITO MAIS AZUL E CALMA PARA A DESFRUTAR DO QUE NÓS AQUI NESTE "TERREIRINHO" POEIRENTO, ONDE SÓ POR VEZES A CHUVA CAI...