e o mar aponta-me o arco-íris. Pergunto ao areal pelos teus pés e o areal fala-me dum chão de seda. Pergunto à brisa pelo teu cheiro e a brisa lembra-me um campo florido onde mil orquídeas se vestem de branco. Não te pergunto pelos cabelos porque os sei soltos e lindos como seara de trigo ao vento! Queria perguntar-te pelo coração e do que te fala o amanhecer… mas temo que me adies a resposta para a outra metade do poema…
Vem de púrpura ou negro. Salpica-te de "Channel" ou de flores prensadas; opta, mas rasgarei, quero que saibas. E o cheiro... lavo-te a pele e quero o teu. A noite pede a lua despida e sem perfumes.
Mais que do conquistas de mares e de terras, de pimenta e de muito ouro, pelos confins do mundo, no passado. Mais do que "peitos" cheios de glórias sérias e vaidades efémeras, no presente, hoje orgulho-me do meu país, por lhe saber a timoneiro um homem bom, com cheiro e sentir, como todos os outros homens do meu país: O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que abraça numa noite fria quem tem frio, sem abrigo, sentindo com ele a solidão, o gelo e má fortuna... E - todos sabemos bem - não tem estes gestos mera por estética/política/demagogia; o Senhor professor é mesmo assim um "pinga afetos"... E que bom que seja assim!
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou-lhes hoje "aqueles ilegais".
Eu também prefiro chamar-lhes...
REFUGIADOS
Que se abra a estrada da paz a quem foge do terror que lhes plantaram na rua. Que se acolha num chão seguro a quem armadilharam o chão de medo. Que se aconchegue num afago a quem o mar bondoso não depositou inerte e frio no areal… Depois, só depois, muito depois chamem as dúvidas e outras razões… Mas não esqueçam que os filhos do mundo pertencem a todo o mundo!
Gosto disto. Se me perguntarem porquê, direi apenas que gosto. Ah, aqui estaciono e carro e o olhar todos os dias. E sei de cada folha que cai das tílias, pelo fim do outono. E sei, vejam só, do nome de cada pessoa que passa, de cada carro que pára, de cada silêncio que se não acha impaciente. E sei, até, da história do "Império", plantada no verde da rotunda... Como vêm, sei do mundo todo, a cada manhã dos meus olhos, sem que precise que o mundo saiba de mim.
Plantaria os teus olhos entre os lábios dum poema e o haveria de saber em doce declamação. Por serem olhos de versos tamanhos de beleza temo faltar-me engenho para os saber acomodar no meu jardim de palavras. Sou de estradas curtas de rimas desalinhadas de poemas menores; e os teus olhos enormes de sede e de fontes só podem admitir pousar num poema maior!