poisada em mim até ao adormecer. Já foste pela minha madrugada adentro
querendo-te ainda mais que ao sono. Já foste a minha noite toda precedida pela manhã. Hoje és tudo em todo o meu dia e a todos os instantes; és composição maior do ar que respiro. Mas serás, e quero eu sejas todo o meu respirar inspirando da tua boca o meu sobreviver...
GOSTO DA MINHA TERRA; DAS PAISAGENS; DAS NASCENTES DE ÁGUAS FARTAS E LIMPAS; DAS PESSOAS, DAS "HUMILDES" MAIS AINDA. GOSTO DA MINHA TERRA E DEI E DOU POR ELA O QUE SOUBE, O QUE SEI, O QUE PUDE, O QUE POSSO.
TENHO ORGULHO NA MINHA TERRA, SIM. MAS EXIGI(MOS) DELA POUCO DEMAIS E TAMBÉM AINDA NÃO LHE DEI (OU DEMOS) AINDA TUDO. HÁ SEMPRE TEMPO, EU SEI. SABEMOS. MAS "ESPERAR NÃO É SABER" MELHOR, EM ALGUNS MOMENTOS.
As previsões meteorológicas sempre me irritaram. Sempre me irritaram, porque sempre as achei de pouca utilidade, pelo menos para um vulgar cidadão como eu. Mas também me irritam porque, apesar dos conhecimentos académicos, dos satélites e outros instrumentos científicos usados pelos altos entendedores da matéria para prever ou antever os ventos, as marés, as temperaturas ou as precipitações, nunca dizem nada que um qualquer cidadão não saiba, com um simples olhar ou ouvido atentos. O tempo é condicionado pela posição do sopro do vento. Justifiquemos esta afirmação, com um exemplo simples ou, que seja, simplório: se morarmos encravados entre uma povoação a norte e outra a sul/poente e ambas possuírem uma torre de sino com os respectivos "badalos" em funcionamento regular, será fácil prever o tempo para o dia, ou dias seguintes. Se, “encravado” onde estamos, ouvirmos as badaladas do sino da torre da povoação situada a norte, é mais que certo que no dia seguinte haverá melhoria do tempo, com muitas possibilidades de céu aberto, o vento a soprar de norte, naturalmente, não haverá precipitação e a temperatura do ar, porque as nuvens não encobrem o sol, terá tendência subir. Contrariamente, se ouvirmos as badalados do sino da torre da povoação situada a sul/poente, haverá no dia seguinte uma alteração significativa do tempo, inevitavelmente: o vento soprará de sul, obviamente, o céu ficará nublado e por isso arrefecerá a temperatura do ar e a precipitação (a chuva) será quase certa. Mas dirão: numa povoação situada à beira-mar não poderão haver nos seus limites sul/poente outras povoações, pois aí situa-se o oceano. Muito bem, é apenas uma questão de exclusão: se não se ouvirem as badaladas da torre do sino da povoação situada a norte é sinal que o vento sopra… do mar. Haverá, por isso, a possibilidade do céu nublar, a temperatura do ar arrefecer e a precipitação surgir. Elementar!
É fácil como o caraças saber o tempo que estará no dia seguinte sem ter de gramar com as televisões, as rádios, os jornais e a Protecção Civil a pintar de amarelo ou de outra cor mais dramática o mapa da nossa região, quase sempre protegendo coisa nenhuma. Poça, é demais continuarem a querer fazerem-nos pessoas de menos!
Um dia ouvi "House Of The Rising Sun" e não descansei enquanto não aprendi a tocar órgão. O Sr. Joaquim Martins (organista da paróquia) facultava-me a chave do coro da capela de acesso ao órgão e deu-me umas noções de solfejo. Depois fiz o resto sozinho, agarrado a um gosto grande de aprender. Para ele um abraço de saudade, e em sua memória...
JOAQUIM MARTINS. Nasceu pobre. Criou 15 filhos. O gosto maior pela música. A arte de bem tocar órgão. Muitos anos a servir, graciosamente, de organista na igreja da terra (Covas, Moimenta, Terras de Bouro).
Caramba, é pouco o muito que se diga dele!
Porque as pessoa vivem sempre, se não as esquecermos.
Podem faltar-me candelabros cristais azuis jardins faraónicos ou menores jardins de praça de cidade multicoloridos ao anoitecer Mas uma flor com perfume colhida bem cá de dentro nunca me faltará para uma mulher porque lhe é devida
Olho o pinhal pela copa da rama e ao fundo o mar. Quer um, quer outro me parecem inquietos... E sopra-me uma vontade enorme de rumar ao sul de dançar um tango e sentir o teu cheio a saciar-me nesta noite. E ouço a melodia e fervem-me as veias. Transpiro e arrepio e morro mil vezes de desejo. E tenho o chão ladrilhado de pétalas que te quero...
Perdoe-me que lhe pergunte, senhora: Que tempo falta para esta tarde acabar? … Eu sei, não sabe como eu não sei!
Perdoe-me que lhe pergunte ainda, senhora: É fumo ou nuvem aquela mancha cinzenta no céu? …
Eu sei, não sabe como eu não sei!
Perdoe-me que lhe pergunta ainda mais, senhora?
Por que será que quando o vento agitas as árvores
as folhas voam todas na mesma direcção?
…
Eu sei, não sabe como eu não sei!
Uma só pergunta mais lhe farei, prometo
me perdoando, senhora: Por que chora, me não parecendo triste?! Eu sei. Desta vez sei, mesmo que me não responda: chora porque não sabe como eu não sei o tempo que falta para esta tarde acabar; se é fumo ou nuvem a mancha cinzenta no céu;
por que voam as folhas todas na mesma direcção
quando o vento agita as árvores. E não sabe, como eu não sei, rir quando sabemos tão pouco de tudo e quase nada de nós!... Mas deveríamos aprender, senhora porque as lágrimas são preciosas demais para traduzirem a nossa ignorância!
Encolheu os ombros suspendeu os braços e deixou o sangue arrefecer nas pontas dos dedos. O céu acinzentou-se fez-se baço o horizonte e o crepúsculo apagou todas as linhas da mira dos olhos.
Fez-se noite prematura de estrelas ainda apagadas. A lua abortou acocorada e fria. A noite gelou no escuro e o gato, num rompante mergulhou no aquário e surpreendeu o último peixe azul…
Já não é de agora. Mas deveria continuar a ser! Já não se ouve agora. Mas deveria ouvir-se! Parece saudosismo, "piroso". Pois, pode até parecer! Mas é sério e eterno. Ou deveria ser!...