Valsam tristes os meus olhos se não valsarem nos teus Valsam tristes os meus olhos se no ladrilhado onde valsas não há flores que te colhi Valsam tristes os meus olhos se valsas e eu não estou Valsam tristes os meus olhos se nas voltas da valsa que quero elas se não voltam para mim Valsam tristes os meus olhos se a valsa, sem ti nos braços não chega ao fim
Empresta-me o olhar e pela pele do rosto deixa descer uma gota do sorriso claro e calmo. E da boca... da boca que se agita tremente aos lábios sente a naufragar o desejo ao beijo esquivo que se quer temperado na água morna que encharca e se reparte...
FELIZ NATAL, COM SAÚDE E PAZ. ACREDITEM, DIAS MELHORES VOLTARÃO.
Deixo aqui, intimamente, uma canção bonita, composto e cantada pelo primo ZÉ DIAS (um jovem médico - 24 anos - com um amor grande, também, pela composição e interpretação musical. E que, parece-me, terá dificuldades em escolher a paixão a seguir no futuro!
Não me aflige apertar o cinto e vergar à crise que me impuseram tornando mínima a classe média mas aflige-me saber que tornam miserável a "classe" dos que sempre tiveram menos e continuam gordos os vampiros… Não me aflige o desprovimento do meu cartão de crédito que reduz à míngua as compras, outrora fartas mas aflige-me saber de um mecânico de mãos gretadas do ofício impedido de permanecer nas instalações dum banco e exposto à mais vil humilhação do homem por trajar roupa simples de trabalho (mesmo que lavada) lembrando o regresso das elites bolorentas que fedem a naftalina e sufocam em nós de gravata quando vomitam prosápia de vendedores de rifas. Não me aflige o presépio sem vaca, sem burro sem prendas, sem estrelas no céu… mas aflige-me saber que se mantêm os tiques de arrogância e dogmas inquebráveis dos que se escondem em Deus quando os homens chamam por eles…
Do natal antigo que o tempo deixa em desuso sinto o cheiro do musgo levantado nas pedras no monte para o chão do presépio feito ao esmero da emoção de criança; das figurinhas em barro colorido e tosco da vendedeira de Barcelos na última feira de novembro. Do natal que o tempo modernizou sei, apenas que mil prendas se repartem e outras mil mesmo que menores seriam precisas para um natal que se deveria querer de todos…
Pediu lume e acendeu o instante. Entregou no rio, ao fundo, o olhar e deixou possuir-se sem pressa… Voltou aos versos que lhe escorriam das mãos trémulas, molhadas vertendo no chão gotas mornas de si e pediu ao silêncio que lhe declamasse a noite; ali, na estação à espera da última partida…
Foi um prazer ter estado no Porto, no Clube dos Avós e Poetas, como convidado especial, numa tertúlia fantástica, onde respiram e respirei um ambiente fantástico, porque enorme de valores grandes.
E que se mantenham estas tertúlias riquíssimas. Quem sabe, voltarei outro dia.
Um abraço de muita amizade para todos. E que bibó Porto, caramba!
Um casal de pardais encontra-se pousado no mesmo raminho da árvore. Diz a fêmea para o macho: -Já que me olhas tanto, como que fascinado, poderias cantar para mim também. Sei que cantas maravilhosamente! O pardal, prontamente, responde: - N-ã-o c-a-n-t-o! - Não cantas, mas porquê?! - Porque para cantar preciso fechar os olhos. - Não faz mal, podes cantar de olhos fechados.
- Pois posso, mas de olhos fechados não poderei ver os teus olhos. E é nos teus olhos que guardo as partituras das minhas melhores melodias!
Enquanto autor, tenho ao longo dos tempos recebido correspondência simpática, e alguma, pela sua natureza, com particularidades especiais. Entendi partilhar alguma dessa correspondência. Começo por esta carta que recebi de DOM DUARTE PIO DE BRAGANÇA. Sendo eu um republicano assumido, relevo maior e honra dei à simpatia do respeitado Monarca.
Nota: por razões óbvias, recortei o rodapé da carta, ocultando referências pessoais de Dom Duarte Pio.