Quem não desejou um dia olhar e perder-se de amores por uma bela mulher? Quem, numa noite serena, não sonhou acordar com um beijo da sua dama encantada, depois dum sono longo e calmo, e emprestar à manhã o perfume desse instante? Quem não inventou um jardim multicolor, onde colher, a toda a hora, a mais bonita das flores, para presentear aquela que o seu coração prendeu e os seus dias clareou? Quem não desejou, mesmo que por um só instante, embriagar-se numa lágrima morna, emocionada e doce da sua amada? Quem já não se perdeu num sonho? Quem já não desenho um dia a própria história de encantar?!... Acredito que muitos o já fizerem e procuraram para esse instante o sorriso franco e olhar doce e calmo de uma verdadeira princesa. Encontraram, então, Lady Diana. Agora ela morreu. Morreu, sem que se soubesse se a amaram, da mesma forma que a queriam, se a enalteceram ou a vendaram, se a compraram ou ultrajaram… Sei que morreu, quando a morte saiu à rua e ambas se cruzaram. Mas Diana ficou ainda mais. Ficou para sempre com os que a admiraram e respeitaram, com os que a procuraram e souberam com ela contar. Ficou, porque não parte quem, sendo uma só folha, agitou a floresta. Ficou, porque ficam sempre aqueles que nos enaltecem com a nobreza da sua permanência. Adeus Princesa. Ficas nos nossos dias, nos nossos sorrisos, nos nossos instantes de ternura, nos nossos sonhos que soubeste alimentar… Ficas e permaneces mais real ainda nas nossas histórias de encantar; nos palácios que todos os dias queremos edificar… Mesmo assim ficamos ébrios de saudade. Bye bye.
Bebi da tua boca e acordei-te na minha. Acariciei cada poro da tua pele descendo por ela quebrando as fronteiras do teu corpo. E, como um livro folheei cada verso que te lia... Despertei-te os olhos brandos. Acendi-te num sorriso. Deixei crescer o teu desejo desperto fervendo no suor que escorria. Ávidos e no trémulo entontecer das vontades possuímo-nos aos sussurros do amor.
SABER-TE AQUI, TERESINHA, DEBRUÇADA NA JANELA DOS MEUS OLHOS, É UM PRESENTE GRANDE QUE TODOS OS DIAS OFEREÇO AO CORAÇÃO. E O RESTO, MINHA IRMÃ, É UMA SIMPLES EQUAÇÃO MATEMÁTICA DE SOMA DE HORAS, DE DIAS, DE ANOS E DO QUE DELES FIZERMOS MELHOR OU PIOR...
Quando as regras, por vezes, se impõem ao erguer da vara de junco, como se pode ver... Claro que ando sempre por lá montado na minha "Estrela" a romper o asfalto
Se o chão me for menos chão e a terra apenas de pó à mercê de ventos desnorteados ou de chuva que a faz lama. Se um dia a claridade for apenas de sol encoberto e se o meio dia se atrasar por desmazelo ou cansaço e os ponteiros do relógio carcomidos se quebrarem no ócio das horas ou no pasmar do tempo já não se serei eu a cavar o chão para semear e colher; já não serei eu por ali porque não me sei num chão que não serve, sequer para caminho de algum rumo…
cristais azuis jardins faraónicos ou menores jardins de praça de cidade multicoloridos ao anoitecer Mas uma flor com perfume colhida bem cá de dentro nunca me faltará para uma mulher porque lhe é devida
Encolheu os ombros suspendeu os braços e deixou o sangue arrefecer nas pontas dos dedos. O céu acinzentou-se fez-se baço o horizonte e o crepúsculo apagou todas as linhas da mira dos olhos.
Fez-se noite prematura de estrelas ainda apagadas. A lua abortou acocorada e fria. A noite gelou no escuro e o gato, num rompante mergulhou no aquário e surpreendeu o último peixe azul…
Quero, agora e sempre a flor mordida na boca o sangue a ferver no fio do fogo e a alma em revolução Para que o silêncio dos olhos não seja o amanhecer do resto dos dias e eu o carrasco impávido da última noite de luar despida ao céu aberto arrefecendo pela madrugada…