VESTAL
Pouso-me no teu corpo de vestal
tremente ao desejo
sem mácula e sem medo
e deposito neles as mãos
e prendo-o e percorro-o…
e procuro depois a boca
acesa e solta
onde verto e bebo da saliva quente
da fonte que nos sacia
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Pouso-me no teu corpo de vestal
tremente ao desejo
sem mácula e sem medo
e deposito neles as mãos
e prendo-o e percorro-o…
e procuro depois a boca
acesa e solta
onde verto e bebo da saliva quente
da fonte que nos sacia
Que vento me sopraste?
Que sol me emprestaste?
Que grito me trouxeste ao silêncio?
Onde guardavas o cheiro e o sabor que procurava
para me entontecer de verde e marasia
e me embriagar pelas manhãs?
Quem és…
que de tão longe
me pareces e te sei tão perto?
Por que me fazes ter a certeza
que te tenho?!
Nos teus olhos
vi gotas de espuma branca
de sal, flores e aromas
e vi gaivotas
nos ondas do teu peito
que me levaram
a um horizonte belo
por um mar de calmaria...
Queria dar-te um mar imenso
um campo em flor
as manhãs ao despertar
o sopro fresco do vento
o sol raiando, o calor.
Queria dar-te um rio grande a descer
ribeiras que ele acolhe
águas de lima, refrescos
fontes fartas a verter…
Queria dar-te gotas de orvalho, cristais
paisagens em esplendores
rosas de todas as cores
perfumadas nos beirais.
Queria dar-te o doce que verte um beijo
um abraço enternecido
um afago, um horizonte...
uma tarde ao pôr-do-sol
o olhar solto ao desejo…
Queria dar-te tudo de mim
o meu sonho…
que o sono teima em guardar.