IN NOMINAE
Apetece-me ouvir...
Letra - João Luís Dias
Composição musical e voz - Pedro Barroso
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Apetece-me ouvir...
Letra - João Luís Dias
Composição musical e voz - Pedro Barroso
Quero ensurdecer
à minha janela
no ruído feito do meu silêncio
sem chuva a cair
sem automóveis a passar
sem mais ninguém calado;
só eu e ele, aos gritos...
Ao leme do pensamento
de mar em mar me levei...
Perdi o norte e o vento
e no teu colo me achei
Pediu lume
e acendeu o instante
E pediu ao silêncio
que lhe declamasse a noite
Depois
dormiu e partiu...
Em imagem/fundo do blog e aqui, a afilhada talentosa
CATARINA DIAS OLIVEIRA
Existe um lugar
lá dentro
onde nos queremos eternos…
Existe um lugar
lá dentro
onde as cinzas permanecem.
Existe um lugar
lá dentro
onde somos para além dos gestos
do toque, do sol, da chuva, do vento
do cheiro das flores
do arco-íris, do sono…
Existe um lugar
lá dentro
bem no fundo, íntimo
onde existimos muito
e revelamos pouco.
Quero, exibindo imagem em fundo do blog, mostrar outras formas de expressão de arte. No caso a fotografia, onde a mulher assume destaque.
As imagens exibidas, que merecem formatação (filtro) da responsabilidade do autor do espaço, têm o devido consentimento dos respectivos modelos.
O José nunca leu um poema,
não sabe o que é um verso,
uma imagem literária, uma metáfora.
O José não sabe nada
das coisas que não lhe dizem nada
e de mim sabe muito pouco
e nem quer saber mais,
porque já sabe o que lhe importa.
O José cuida da minha “Estrela”
é meu amigo
e eu sou amigo dele.
O José tem bigode farto,
barriga farta,
é robusto nos braços,
tem corpo de amedrontar a noite
e um olhar de enternecer o dia todo.
O José tem os olhos gordos
de ver o que eu não sei ver.
O José é o homem mais simples do mundo
e, contudo, tem o mundo maior com ele…
e eu não!
O José nunca leu um poema
e este também não irá ler.
Eu queria escrever-te uma carta, amor...
("Carta dum contratado")
Hoje não trago rosas vermelhas
só um corpo amorfo, um ventre abafado
uma fera ensonada, um poema sem rima ou brilho.
Hoje não transporto flor alguma
só um beijo insípido, um abraço brando
um sorriso morno, um olhar descolorido
uma voz sem timbre.
Hoje nem uma folha carcomida me adorna
só um pranto seco, um soluçar mudo
um par de lágrimas em cristal gélido
uma balada sem verso e sem calma
uma manhã vazia, um dia inútil.
Hoje, mesmo assim
venho porque acredito…
só ocupo as mãos nas tuas.
Um dia um produtor agrícola contratou um trabalhador e colocou-o a cavar a terra. Deu-lhe um horário de trabalho das 8:00 às 17:00 horas.
Passados dias o produtor, observando o seu trabalhador, achou que este podia ser melhor aproveitado. Sugeriu-lhe então o seguinte:
- Ó amigo, já que você tem duas mãos, com uma você cava e com a outra vai regando. Olhe, e já agora começa a vir trabalhar das 7:00 às 18:00 horas.
No outro dia voltou a olhar para o seu trabalhador e achou-o ainda pouco produtivo. Então sugeriu-lhe:
- Já que você, para além das mãos, tem também uma boca, podia enchê-la de sementes e enquanto com uma mão cava e com a outra rega podia cuspir as sementes. Já agora começa a trabalhar às 6.00 e termina às 19:00 horas.
Dias depois, o produtor começou a pensar que o seu trabalhador deveria trabalhar enquanto houvesse luz do dia. Portanto, sugeriu-lhe que o seu trabalho passasse das 5:00 até às 22:00 horas.
E assim foi.
Um dia, quando o trabalhador voltava a casa depois de mais um dia do trabalho, deparou com a sua mulher com outro homem na cama. O homem chorou, chorou, chorou vezes sem conta, até que a mulher, desesperada com aquela situação, tentou consolá-lo, perguntando-lhe porque chorava assim tanto. Ao que ele respondeu:
- Se o meu patrão descobre que eu tenho dois cornos, pendura-me neles uma lanterna e põe-me a trabalhar também a noite toda!
Entra. Fecha a porta.
Não, deixa-a entreaberta
para que a brisa nos espreite e sopre; será preciso...
Molha-me a boca, varre-me o ácido dos dias sem ti.
Enlaça-me, chama à tua a minha pele
cessa os meus momentos mornos de invernos impiedosos.
Pára, não desabotoes a seda que me cobre o peito
rasga-a em tiras desalinhadas
quero-me como farrapo em teu corpo.
Abraça-me, suga-me, ferve-me
salga-me o corpo no teu transpirar.
Arrasta-te à parede e volta-te para ela
quero partir contigo as fronteiras do desejo.
Levanta os braços, abre as mãos em palmas
e mancha de água a parede envergonhada.
Seguro-te e arrepias, solto-te os seios acesos
pego-te os pulsos e sinto o sangue a arder!
Rasgo-te, como rasgado estou em mim.
Afasto-te as coxas, vergo-te e beijo-te a nuca.
Sinto os pés no chão vertido.
Vou para ti desnorteado, endoidecido…
e não quero saber, sequer
se a porta se abriu completamente, ou se fechou.
A todos quantos que por variadas formas me saudaram pelo meu aniversário, agradeço com um abraço de amizade.
Agradeço ainda – e que me seja perdoado o destaque - a Sua Excelência o Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, pelo forma simpática com que retribuiu uma singela oferta minha, gesto este coincidente com a data que referencio.
João Luís Dias
Há "coisas" assim...
Como eu queria ler o teu coração!...
Sentar-me nele
quieto num cantinho dele
acender uma luz brandinha
e procurar entre todas as letras gravadas nele
se estão as letras, todas seguidas
do meu nome.
Ai como eu queria!