Olhos mornos
(para a amiga Felipa)
Vivesse eu mil anos
e em mil noites
parado nos olhos molhados
me perguntaria
por que não nasci
do outro lado da tua rua
para que te pudesse olhar
a todos os passos
e em todos os sorrisos
quando, logo pela manhã
o dia te abria a porta
para beber dos teus olhos mornos...
(com toda a ternura do mundo)