OMBRO DE BORBOLETAS
Não és a guardiã do paraíso;
o paraíso não tem muros, nem portas,
nem chaves, nem alguém que o tranque.
Não és sereia à tona das águas do mar;
o mar é frio e tanta vez revolto
para te acolher e embalar nas ondas inquietas demais.
Não és chuva, nem vento nem tempestade,
nem raio de sol, ou noite de luar;
isso seria poesia.
Mas nos teus ombros pousam borboletas
e foi quando corria atrás delas
que encontrei no teu peito
a mais florida e perfumada primavera.